Written by Carlos Cezar / Morgato
Db F Bbm D#m Por um trilho estreito, entre samambaia, de chapéu de palha, eu ia pra mina Ab Db Enchia o corote, com a canequinha de água fresquinha, limpa e cristalina Db F Bbm D#m Depois me sentava no barranco ao lado e entusiasmado eu ficava olhando Gb Db Ab Db A queda da água rodando moinho e no ribeirãozinho o monjolo malhando Gb Db Ab Db À tarde eu deixava o monjolo parado, e o arroz socado eu levava pra janta Gb Db Ab Db Corria na venda, comprava envelope, voltava a galope no cavalo pampa F Bbm Ab Gb Db Tomava um traguinho, jantava bastante, achava importante escrever pros parente Gb Db A Ab Db Contando que a roça estava limpinha e que ninguém tinha ficado doente Db F Bbm D#m Mas minha pobreza foi contaminando aos pouco tirando esta felicidade Ab Db Embora a roça fosse um berço sagrado me vi obrigado a mudar pra cidade Db F Bbm D#m Passei a comer só arroz de pacote, troquei o corote por filtro esmaltado Gb Db Ab Db Nem carta escrevo, pois vivo sozinho, só vejo moinho no supermercado Gb Db Ab Db Se vejo monjolo é movido a motores, só em casa de flores, vejo samambaia Gb Db Ab Db Mas fico orgulhoso por ver margaridas limpando avenidas de chapéu de palha F Bbm Ab Gb Db A grande saudade, que tenho guardada, será revelada se um dia eu voltar Gb Db A Ab Db Então pedirei perdão ao presente pra eternamente na roça eu ficar