Daniel Nascimento

O Sino Da Casa Da Câmara

Daniel Nascimento

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by  ALYSLIMA

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O Sino Da Casa Da Câmara

Written by Daniel Nascimento / Arthur de Salles

	  		
E          G#m  F#m   B7(9) 
Velho sino, hoje esquecido 
E              G#m 
Velho sino azinhavrado 
F#m7           B7 
Na sua torre, subido 
E              G#m 
Na sua torre calado! 
F#m7            B7 
No entanto, vibrara outrora 
E           G#m7 
Sua voz clara e sonora 
F#m            B7 
De bronze sonoro e novo! 
E              G#m7 
Era o brado decisivo 
F#m7          B7 
Era o chamado incisivo 
E              G#m7 
Do Rei, chamando o seu povo 

C#m7 
Erguido na sua torre 
G#m7 
Pequena, branca e tranquila 
C#m7 
Não dobra para quem morre 
G#m7 
O velho sino da Vila 
C#m7 
Ele fala do tributo 
G#m7 
Do julgo ferrenho e bruto 
C#m7 
Dos decretos e das leis 
G#m7 
Espalha nos arredores 
F#m7 
Sentenças de alcaides-mores 
B7                     E 
E alvarás de vice-reis 
C#m7 
Termina a guerra entre Holanda 
G#m7 
E Portugal vencedor 
C#m7 
El-rei D.João IV manda 
G#m7 
- Manda El-Rei nosso Senhor - 
C#m7 
Notícias das pazes feitas 
G#m7 
E que as despesas refeitas 
C#m7 
Deseja, sem mais tardança 
G#m7 
O sino reúne o povo 
F#m7 
Que paga o tributo novo 
B7                 E 
A João IV de Bragança 

E     G#m7     F#m7    B7(9) 
Vai o Rei para a batalha 
E                F#m7 
Com sua gente de prol 
E                 G#m7 
Pendão que ao vento farfalha 
E                   B7 
Armas luzidas ao sol 
C#m7                   G#m7 
Volta o Rei... Que altas façanhas! 
C#m7              G#m7 
Que heroicidades tamanhas! 
F#m7                 B7 
Exulta do reino a grei 
E                    G#m7 
E na sua torre em festa 
F#m7                  B7 
A voz do sino é uma gesta 
C#m7                  B7 
Cantando a glória do Rei! 

C#m7     G#m7   F#m7   B7(9) 
É noiva a formosa infanta 
C#m7 
Fidalga flor portuguesa 
G#m7 
- Um tributo, o sino canta 
C#m7 
Para o enxoval da princesa! 
G#m7 
Reinava José I 
C#m7 
E alçava o cetro altaneiro 
G#m7 
A mão do grande Pombal 
C#m7 
Um dia o sino ressoa 
F#m7 
- É uma ruína Lisboa 
B7               E 
Cabeça de Portugal! 
C#m7 
O povo acode ofegante 
G#m7 
Manda sua majestade 
C#m7 
Que é mister que se levante 
F#m7 
Das cinzas a grã cidade 
C#m7 
Ouve contristada a gente 
G#m7 
A nova estranha e pungente 
C#m7 
Do desastre sobre-humano 
G#m7 
E depois para soerguê-la 
F#m7                     B7 
Das cinzas ainda mais bela 
E 
- Tantos cruzados por ano 

E     G#m7    F#m7   B7(9) 
Mas, um dia o sino chama 
E              B7 
Com desusado chamar 
E                       G#m7 
- Que coisa o reino reclama? 
E                     B7 
Que nova vem de além mar? 
C#m7             F#m7 
Tilinta o sino nervoso 
G#m7                 E 
E o povo corre, sequioso 
F#m7                     B7 
Ao toque insistente e forte 
E                   G#m7 
Ouvirá toda essa terra 
F#m7                   B7 
Novo imposto, voz de guerra 
E                  B7 
Dura sentença de morte? 

C#m7   G#m7  F#m7  B7(9) 
Não! Aquele som, tinindo 
F#m7              G#m7 
Por céu de tanta magia 
C#m7 
Era um estuo saindo 
G#m7 
Do coração da Bahia! 
C#m7 
Era o primeiro chamado 
G#m7 
Era o grito alvoroçado 
C#m7 
Grito de guerra: - lutar! 
E          F#m7 
Era a própria alma da Vila 
F#m7                 B7 
Ali, na torre tranquila 
E 
O velho sino a tocar 
C#m7 
Já não era o chamamento 
G#m7 
Para os decretos reais 
C#m7 
Era a voz de um instrumento 
G#m7 
Vibrando em notas marciais 
C#m7 
Era um clarim de combate 
G#m7 
Tocando, intenso, o rebate 
F#m7 
Era a voz desse alvará 
E                         F#m7 
Que o Brasil, grande e soberbo 
E                 F#m7 
Ia ditar, verbo a verbo 
                 E 
Nos campos de Pirajá 

E     G#m7  F#m7  B7(9) 
Era o clamor incessante 
G#m7 
Desse soberbo rincão 
F#m7 
Chumbado ao cepo humilhante 
G#m7 
De secular servidão 
F#m7 
E a voz do sino tinia 
G#m7 
Clara e sonora... Dir-se-ia 
F#m7 
Que da própria imensidade 
G#m7 
O mesmo Deus de justiça 
F#m7 
Tocava, chamando à missa 
G#m7                 B7 
E ao Te-Deum da liberdade 

C#m7   G#m7  F#m7 B7(9) 
Velho sino redivivo! 
F#m7 
Vibras cem anos depois 
G#m7 
Como outrora decisivo 
F#m7 
Em junho de vinte-dois 
G#m7 
O teu repique argentino 
F#m7 
Se derrama - velho sino! - 
G#m7 
Por céus tão claros, de anil 
F#m7 
Voz excelsa, voz da História 
G#m7 
Ressonas tocando a glória 
F#m7         E F#m7  C#m7  G#m7 
Dos heróis e do Brasil 
		  

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