Written by Manuel Freire
G B7 Eles não sabem que o sonho é uma constante da vida C D7 Tão concreta e definida como outra coisa qualquer G B7 Como esta pedra cinzenta em que me sento e descanso C D7 Como este ribeiro manso em serenos sobressaltos G B7 Como estes pinheiros altos que em verde e oiro se agitam C D7 Como estas aves que gritam em bebedeiras de azul G B7 Eles não sabem que o sonho é vinho, é espuma, é fermento C D7 Bichinho a lacre e sedento, de focinho pontiagudo, Am D7 G Que fossa através de tudo, num perpétuo movimento G B7 Eles não sabem que o sonho, é tela, é cor, é pincel C D7 Base fuste ou capitel, arca em ogiva e vitral G B7 Pináculo de catedral, contraponto, sinfonia C D7 Máscara grega, magia, que é retorta de alquimista G B7 Mapa de mundo distante, rosa dos ventos, Infante C D7 Caravela quinhentista que é Cabo da Boa Esperança G B7 Ouro, canela, marfim, florete de espadachim C D7 Bastidor, passo de dança, Columbina e Arlequim G B7 Passarola voadora, pára-raios, locomotiva C D7 Barco de proa festiva, alto forno, geradora G B7 Cisão do átomo, radar, ultra som, televisão C D7 Desembarque em foguetão na superficie lunar G B7 Eles não sabem, nem sonham, que o sonho comanda a vida C A D7 E que sempre que um homem sonha o mundo pula e avança Am D7 G Como bola colorida entre as mãos de uma criança